O preconceito com pessoas acima do peso é denominado de Gordofobia, porém, o assunto é um pouco mais complexo do que uma simples piada, muitas vezes mascarada de preocupação com a saúde. No texto de hoje, vamos entender o que é a Gordofobia e quando ela se manifesta, além de explicarmos quais são as melhores formas de combater o comportamento gordofóbico, que ainda é lido como natural em nossa sociedade. Afinal, será que você que está lendo este texto, já foi gordofóbico ou já sofreu com a gordofobia? Vamos entender abaixo!

Gordofobia
Blog Dr Giuliano Campelo

O que é Gordofobia?

Gordofobia pode ser a denominação correta quando um indivíduo ou um grupo de indivíduos possui aversão à gordura de outra pessoa. Essa aversão pode ser direcionada a quem está com obesidade e também a pessoas que estão acima do peso ideal, mas que não possuem obesidade diagnosticada. Normalmente, a Gordofobia pode aparecer em forma de piada, desmerecimento, tratamento inadequado e outras violências apenas por causa do peso de alguém.

A Gordofobia, apesar de ser travestida de preocupação com a saúde, muitas vezes aparece mesmo quando a vítima não tem obesidade – pessoas acima do peso podem sofrer gordofobia apenas por não terem corpos atléticos, por apresentarem gorduras localizadas, celulites e outras características físicas consideradas inadequadas socialmente. Alguns exemplos de comportamentos gordofóbicos:

–       Menosprezar uma pessoa por causa do seu peso, com insultos e xingamentos.

–       Fazer piadas relacionadas ao seu peso, deixando a pessoa desconfortável socialmente.

–       Deixar de contratar uma pessoa por causa do seu peso ou desmerecer suas atividades profissionais.

–       Demitir alguém porque essa pessoa engordou ou começar a insultá-la em ambiente de trabalho, o que pode caracterizar também assédio moral, mesmo que os insultos venham em forma de piada.

–       Controlar o que a pessoa acima do peso come, ligando sua alimentação ao excesso de peso.

Por que a gordofobia é um problema que precisa ser combatido?

Para uma pessoa magra, a gordofobia pode soar como algo bobo. Afinal, somente quem passa por um preconceito sabe o quanto ele é destrutivo e capaz de causar dores que podem ser, muitas vezes, irreparáveis. Apesar de muitos discursos gordofóbicos se esconderem na ideia de que há uma preocupação com a saúde, isso é uma inverdade, já que:

–       A obesidade é uma doença. Ela não é curada apenas com força de vontade e dietas. O paciente com obesidade precisa de acompanhamento constante de médicos clínicos, cirurgiões, nutricionistas e psicólogos.

–       Quando o paciente com obesidade é exposto à gordofobia, é bastante possível que o discurso preconceituoso, ao invés de motivá-lo, seja capaz de tornar a sua adesão aos tratamentos mais difícil. Isso porque nossa mente não funciona de forma simples e o preconceito tende a nos paralisar, nos impedir de tomar decisões racionais e causar feridas que precisam ser tratadas antes mesmo da obesidade em si.

–       O tratamento da obesidade passa pela mente do paciente. Ele precisa estar fortalecido para começar o tratamento e entender que sua motivação não deve ser estética. A gordofobia não encara a obesidade como uma questão de saúde, mas como uma questão estética. Então, o paciente que não atinge o corpo “perfeito” que a sociedade impõe, pode desanimar e perder o seu processo. Para a medicina, cada quilo importa, mesmo que ele não mude sua estética e a gordofobia pode fazer com que isso seja deixado de lado.

–       Baixa autoestima é uma das consequências da gordofobia. Mais do que não conseguir emagrecer, a pessoa com obesidade sofre preconceito, pode entrar em depressão e até cometer suicídio em casos mais graves. A gordofobia é capaz de matar.

Por tudo que falamos, seria excelente que houvesse uma fórmula mágica para que a gordofobia deixasse de existir. Mas, para a pessoa com obesidade, a melhor alternativa é buscar tratamento com um psicólogo, entendendo que qualquer perda de peso deve ser pautada na saúde e jamais no julgamento alheio. Portadores da obesidade podem e devem ser felizes para, assim, buscar tratamentos que forem necessários do ponto de vista médico.

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Dr. Giuliano Campelo

Cirurgião Geral e Bariátrico

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